quarta-feira, junho 20, 2007

Juntas e Ligamentos

Por Ivan Baker

Os meus pensamentos estão voltados para : O que é uma igreja sem juntas e ligamentos e o que é uma igreja com juntas e ligamentos.

O contraste é tremendo.

Sem as juntas e ligamentos cada um está livre para andar segundo o seu próprio critério. Ninguém, realmente, recebe ajuda que necessita para toda a sua vida espiritual. Primeiramente para entender a palavra de Deus. Cada um entende dentro de seus próprios juízos e de suas limitações pessoais.

O ministério eficaz provem da consulta contínua, do compartilhar, do ouvir as razões, do explicar, do conviver, do relacionar com outra vida.

Uma vida com tudo o que tem, necessidades, virtudes e dons, com toda a sua força espiritual se une a outra. A outra está dotada dos mesmos atributos, mas com ângulos distintos, com profundidades diferentes. O que é forte para um é débil para o outro. O que um entende o outro não entende e ao compartilharem fazem com que flua o rio de vida, de graça, de sabedoria, de entendimento.

Tudo isto é possível através de duas vidas que se unem e fluem juntas.

É como a teoria de Pascal : Como podemos fazer para que os tanques que tem níveis diferentes tenham o mesmo nível ? Colocamos um cano, bem embaixo, conectando todos os tanques. Então a água busca o seu nível em cada um.

O que não tem recebe, o que tem dá e todos ficam nivelados. Por quê? Porque tem uma conecção.

Esta conecção significa estar relacionado, compartilhar juntos. Ter intercâmbio constante. Cada um compartilhando com o outro o que está faltando. Vidas que fluem juntas, vidas conectadas pelo amor de Cristo.

Uma corrente vital e celestial corre através dos membros do corpo. A diferença entre os tanques e as vidas é que Deus não quer nivelar cada um pela metade, ou com um pouco, mas sim que quer encher todos os vasos.

Pascal fala de uma conecção, a teoria nos mostra o indispensável para a conecção : “A fonte é Cristo”. O que flui em nós é Ele e a sua plenitude enche-nos a todos. Ele nos dá graça sobre graça.

Ninguém é completo em si mesmo. Todos somos vulneráveis. Todos somos bons em alguns aspectos e limitados em outros. Temos muitas virtudes e falhas. Acertos e erros. E eu não sou totalmente capaz para entender tudo o que tenho.

Necessito olhar-me através de meu irmão, necessito compartilhar com ele a graça que tenho e a graça que ele tem. O conhecimento que tenho com o conhecimento que ele tem. Os dons que o Senhor concedeu a mim e os dons que o Senhor concedeu a ele.

O propósito fundamental é o enriquecimento, o desenvolvimento a maturidade. Eu não falei que não nos desenvolvemos se estamos separados. Mas estou dizendo que quando colocamos em relacionamento um membro com outro, então estamos colocando a base sobre a qual eles poderão funcionar. Estabelecemos o corpo de funcionamento.

Os ministérios específicos foram colocados “para”... se estudamos bem a frase veremos que foram colocados para relacionar corretamente os santos, para o serviço dos mesmos.

Quer dizer que relacioná-los é parte da obra dos ministérios específicos. O objetivo é a edificação do corpo de Cristo. Por isso, é impossível edificar o corpo de Jesus sem uni-los através das juntas e ligamentos.

O crescimento vem pela intercomunicação dos membros, pelo fluir da graça que cada membro recebeu e passa para o outro e vice-versa, dando e recebendo, ensinando e sendo ensinado, corrigindo e sendo corrigido, animando e sendo animado, amando e sendo amado, consolando e sendo consolado, entendo e explicando, recebendo e compartilhando.

Compartilhando: gozo, paz, sabedoria, entendimento, correção, revelação, advertência, domínio próprio, honra, consolo.

A base fundamental para viver no Reino de Deus, que Deus estabeleceu, são os relacionamentos de amor entre os membros que se ajudam mutuamente, segundo a operação própria de cada membro.

Isto é, segundo o dom de cada um, segundo a medida de graça, segundo o que cada um tem recebido de Deus.

Todo este ministério, toda esta ajuda, toda esta correção, todo este fluir deste rio de amor, nos faz fortes, sábios e santos. Estabelece, orienta, coloca fundamentos, santifica, guarda, impulsiona, ensina e protege.

A razão porque tudo isto acontece é porque nos colocamos aonde Deus nos quer, ou seja relacionados.

Entendemos o segredo da igreja e nos entregamos com todo o nosso coração a trabalhar naquilo que Deus quer que trabalhemos : como corpo e não como indivíduos. Como fermento santo e não particularizando, cada um, o seu dom.

A base fundamental que Deus nos tem falado é sermos corpo, membros unidos, afim de fortalecer, crescer, amadurecer e sermos aptos para todo o trabalho que Deus nos determine.

A tarefa será feita entre todos, uns com os outros. Ou então não conseguiremos nada.

Quanto esforço tem que fazer um que está sozinho para: ganhar alguém, ser santo, lutar contra o diabo. Primeiro tem que entender suas debilidades, provavelmente sem um companheiro dificilmente consiga entende-las.

Manter-se firme é muito mais fácil se estamos unidos a outro. É muito difícil se estamos sozinhos, separados.

Quão difícil é para o diabo se aproximar de nós com as suas artimanhas e enganos, quando estamos unidos. Dois que estão juntos com Cristo no meio, quão difícil é para o diabo nos rodear. Ele tenta um, outro, mas nós estamos unidos, a sua influência é mínima, pois é anulada pela presença de Cristo e a união entre os dois. Separemo-nos uns dos outros e veremos que o diabo que anda ao derredor irá nos tragar com facilidade. Tem o perímetro de cada um.

O Espírito nos ensina corretamente, mas não conseguimos entender, através das juntas e ligamentos, sim, entendemos. Abrimos o coração uns aos outros e o mais sábio, o mais prudente, o mais maduro ajuda ao outro.

Nós queremos o Propósito de Deus, o seu Reino, chegar a maturidade e um ajuda ao outro para atingir isto.

Se são dois, quando um cai o outro o levanta. Se são dois e estão com frio podem se aquecer. Ninguém tem toda a inteligência, ou maturidade necessária, pois Deus distribuiu os dons pelo corpo, para que na harmonia do corpo os dons funcionem. Então a minha capacidade será plena em vez de ser relativa. A capacidade do meu irmão também será plena em vez de ser relativa.

Somos como um quebra-cabeça que tem que juntar todas as peças. Somos como uma rede unida pêlos nós. Se não existirem os nós, não existe rede.

Queremos pescar, mas não estamos unidos. A vara de pescar, a linha e o anzol provém da nossa comunhão.

Nós somos uma atração para o mundo, quando eles nos vêem unidos. A imagem de um corpo é muito mais forte para dar testemunho ao mundo, do que um montão de pessoas indo a reuniões buscando cargas espirituais, mas não vê o amor de Cristo sendo derramado nos corações.

Quando uma pessoa vem do mundo e entra em uma congregação que não tem juntas e ligamentos, aonde o corpo não está unido e não existe relacionamento, ajuda, amor, serviço, atenção específica e cuidado. Ela sente o frio da falta de comunicação.

Passam a dar-lhe muitas reuniões, muitos discursos. Quase não a ajudam em suas necessidades e quando é ajudada é por alguém que não está capacitado para fazê-lo, pois não tem o conceito do que é a igreja e o que deve fazer com a pessoa. Como ajudá-la? O outro também tem suas debilidades, o que acaba passando são as suas próprias debilidades, pois ela tão pouco foi ajudada nas suas fraquezas.

É muito diferente quando alguém chega a uma igreja que está unida através de juntas e ligamentos, unida em amor, unida através dos laços do Espírito Santo.

Aí ela encontra uma fortaleza, existem braços para sustentá-la. Não é que houve apenas um nascimento, é que ali existe uma mãe.

Não é nascer e ser abandonado, é nascer e ser cuidado. Existe o parto, mas também existem pais e mães que cuidam. A família cresce e os filhos crescem em santidade, crescem com vigor espiritual, crescem com a luz de Deus, com crescimento que procede do Senhor.

É indispensável entender bem o que significa ser juntas e ligamentos uns dos outros. O melhor será revisar a Escritura, começamos com 1 Cor 12; depois Ef 4. 1-16; Cl 2.19; 2 Tm 2.2; Mt 28.18-20.

E coloquemo-nos a trabalhar para completar o que falta para a igreja. E o que falta? Faltava isto: “SER CORPO UNIDO PELOS MEMBROS”. Todo o corpo bem ajustado, sem faltar um membro. Um membro que não está unido, nós consideramos fora do corpo.

Todo o corpo bem ajustado. Ajustado aqui significa: relacionado adequadamente. Não significa colocá-lo de qualquer forma ou com qualquer um, mas sim acomodá-lo em espirito para se moverem para o Senhor. Acomodá-los segundo a necessidade de cada um. Acomodá-los segundo suas moradias, para ser funcional.

Aquele que ganha uma vida para o Senhor, terá muito mais facilidade de cuidar desta vida se estiver relacionado com outro. Quando o novo se junta a eles, terá condições de crescer, pois estará unido aos seus pais e mães espirituais. Ele terá um lugar: mais equilibrado, com mais sabedoria, com mais autoridade e amor. Entra numa dimensão tremenda de igreja, pois entra unido ao corpo como corresponde. Existem mais recursos, mais estabilidade, mais dedicação. Existe mais visão, mais força, mais confiança.

O novo é nutrido em um corpo que é uma família, pois a graça flui de uns para os outros. É o mesmo sentir, a mesma palavra, a mesma orientação.

Todo o corpo bem ajustado, não qualquer um com qualquer um. Por isso, aí estão os Pastores para fazerem o correto ordenamento dos santos, para ordenarem a casa.

Para fazer Isto temos que estar sendo guiados pelo Espírito e ter a estrutura prática. Este dois elementos com a orientação dos que estão liderando na casa do Senhor é o suficiente para unirmos o corpo de Cristo através das juntas e ligamentos que se ajudam, que servem mutuamente.

Não trabalham sozinhos, a sabedoria não provém apenas do relacionamento, mas sim da presença de Cristo no meio deles.

Quando o Senhor está cheio de gozo por ver seus filhos unidos, especificamente e objetivamente, que se amam e ministram a palavra uns aos outros, que se corrigem e se consolam, bebem da fonte da palavra corretamente, cuidam-se primeiramente para serem santos e justos diante de Deus, para realizarem a obra que o Senhor nos tem dado. Se isto está acontecendo, então recebemos da Cabeça, que é Cristo, que está no meio destes relacionamentos o crescimento que procede Dele.

Ao agirmos assim recebemos a aprovação de Deus. Recebemos da Cabeça o crescimento.

O exemplo da Videira nos ajuda a entender isto : “...sem mim nada podeis fazer...”. Somos apenas galhos de uma planta, somos ramos da videira. A videira é Cristo. Todos estes relacionamentos vem de Cristo, e é por aí que flui a vida Dele em nós.

É através destes relacionamentos no corpo que somos tratados. Fica fácil perceber os problemas e tratá-los com a ajuda do outro.

Os pastores começam a funcionar melhor, pois o corpo está funcionando e demanda a presença deles, pois o corpo está aberto para recebe-los, existe colaboração. Quando tem algo para fazerem, não tem que fazerem sozinhos, pois existe um corpo trabalhando juntamente com ele. Existe força na comunhão.

Dois é melhor que um, dois entendem melhor que um, dois se corrigem melhor que um. Quão triste é estar lutando a batalha sozinho. Ter que decidir como sou, sozinho. Ter que discernir o meu nível espiritual sozinho. Quão vulneráveis somos ao diabo, a carne, aos cuidados de nossa mente.

A grande revelação brilhante chega no dia que entendemos que temos que estar unidos e nos unimos.

Quando a igreja não está relacionada pelas junta e ligamentos existe pouca: vida, transformação, crescimento real. Existem muitos problemas, são muitas dificuldades. Os problemas seguem por toda a vida, pois não há alguém para vê-los através do Espírito Santo. Está faltando as mãos hábeis. Falta o ministério ungido de cada membro. Falta a presença do Senhor. Falta a constituição real de uma igreja verdadeira.

Deus não pode abençoar os que não lhe obedecem. Assim que devemos ouvir bem o que o Espírito diz e comecemos a entender bem como devemos caminhar juntos.

As humilhações que isto nos impõe, as provas que passamos, os problemas que isto nos causa. Tudo é bom, tudo é para o bem, tudo é para nos ensinar melhor o caminho, tudo é para nos ajudar a sermos mais santos.

Façamos no Nome do Senhor. AMÉM!!!!

sexta-feira, maio 04, 2007

A unidade do corpo de Cristo...

Neste final de semana tivemos um encontro de pastores, discipuladores e presbíteros de todas as partes do Brasil. Irmãos como Jorge Himitian, Cristian Romo, Abílio Chagas, dentre outros. Irmãos de várias localidades de Brasil e da Améica do Sul estavam lá também.

Duas coisas me marcaram muito neste encontro.

1) Que Jesus e a Igreja são um. Quando Jesus orou ao Pai, Ele orou para que os discípulos fossem um, assim como Ele e o Pai são um. O padrão de Jesus para a unidade é um padrão sólido e preciso. Parece ser um padrão alto, mas não podemos levar em conta os nossos erros e as divisões que herdamos, temos que levar em conta a posição e a vontade de Jesus.A Igreja (pessoas, discípulos de Jesus, noiva) e Jesus são um. Não me refiro a igreja "instituição" ou "organização", mas me refiro à Igreja que Jesus projetou, que é a expressão Dele mesmo aqui na terra. Então, quando amamos a Igreja, amamos a Jesus, quando servimos a Igreja servimos a Jesus, quando ferimos a Igreja, ferimos a Jesus.Jesus e a Igreja são como uma folha de papel que tem frente e verso. Se rasgarmos a folha, rasgamos os dois lados que na verdade estão ligados um ao outro. E aí fazemos o que parece ser impossível, dividimos ao próprio Jesus.

2) Os soldados romanos não puderam quebrar nenhum osso do corpo de Jesus. Mas... nós fizemos novamente o que parecia impossível: Dividimos o próprio corpo de Cristo.O que pra nós é difícil de entender, é que Jesus quer a unidade do Seu próprio corpo.Nós tomamos posse erradamente e deterioramos o projeto/sonho/propósito eterno de Deus, que é ser o pai de uma família de muitos filhos, semelhantes a Jesus para Sua Glória e alegria. E infelizmente dividimos esta família.

Precisamos caminhar em direção a unidade do corpo. Dar passos concretos, abrirmos nossos corações para cooperarmos com a unidade que Deus Pai quer.

Em Cristo,
Rômulo Racanelli

quarta-feira, abril 18, 2007

O coração de um Pai e Mãe Espiritual

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.(Is 49.15-16)

Benito Lopez

1. Introdução

Deus está formando um povo, Sua família. Seu coração e mente infinitos estão envolvidos neste propósito. E fomos chamados para sermos seus cooperadores neste plano eterno. Que privilégio incomparável.
O Espírito Santo quer dar-nos revelação da grandiosidade deste serviço. Não há maior obra que alguém possa querer realizar nesta terra do que a obra de fazer discípulos.Que mantenhamos nossos corações ardendo e nossas vidas totalmente dedicadas ao nosso chamado: conduzir vidas a Cristo e trabalhar para edificá-las à Sua semelhança.

2. O Coração de um Pai e Mãe Espiritual

“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.”(Is 49.15-16)

Esta é uma das mais belas declarações que expressam o sentimento de Deus por nós. É o relacionamento e cuidado de Pai que Ele tem para conosco. Que bendita confiança temos.
Este também deve ser o sentimento que deve encher o coração de alguém que cuida de um discípulo.
Deus colocou sob nosso cuidado a vida de um de seus filhos.

Este era o sentimento de Paulo pelos discípulos.
“meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;” (Gl 4.19);

“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo.” (2Co 11.2);

“ Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?” (2Co 11.28-29);

“Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face;” (Cl 2.1);

“o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo;” (Cl 1.28)

“Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; ......advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.” (Cl 1.24-29)

Paulo era intensamente zeloso e amoroso com seus discípulos. Expressava o sentimento de um verdadeiro pai. Se afadigava ao máximo em favor deles, muitas vezes com sofrimento e dor.
Um líder ou discipulador não é um simples professor ou gerente que apenas busca resultados e lucros. É um pai que ama, se dá, sofre, suporta, é paciente, esquece e não se ressente do mal.
Que todos os relacionamentos na igreja sejam revestidos deste sentimento de puro e genuíno amor sacrifical.

3. Proteger e Guardar os Discípulos
Jo 17.6,9,11,12

Jesus é nosso modelo. Modelo de discipulador também. Em sua oração ao Pai, ele derrama o seu coração e revela o seu sentimento para com os seus discípulos.

“Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.” (Jo 17.6)

“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;” (Jo 17.9)

“Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.” (Jo 17.11-12)
A ligação de Jesus com seus discípulos não era um simples encargo ou trabalho. Era um laço forte e profundo. Eles faziam parte de sua vida. Eram como seus filhos. Jesus declarou ao Pai: “Eram teus, e Tu mos confiaste”; “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu.” Que palavras fortes: guardava e protegia. Se Ele fez menção destes fatos em sua oração, é porque esta havia sido uma preocupação sua durante a vida: “que não se perca nenhum dos que o Pai me deu”. Jesus tinha um sentimento de intenso amor e cuidado por seus discípulos.

Este tem que ser também nosso sentimento e postura para com nossos discípulos. Guardá-los e protegê-los em nome de Jesus. De forma que não percamos nenhum daqueles que o Pai nos deu.
É uma incoerência nos esforçarmos muito para ganhar uma vida para depois a perdermos com facilidade. O esforço para não perder tem que ser no mínimo igual ao que fazemos para ganhar. Às vezes, um discípulo nos dá tanto trabalho, que aceitamos com facilidade que ele se vá e se perca, provavelmente eternamente.

No capítulo 15 de Lucas, estão registradas três parábolas de Jesus a respeito deste assunto, aonde podemos conhecer, mais uma vez, o sentimento de Jesus para com os que se perdem:
- A Parábola da Ovelha Perdida- A Parábola da Dracma Perdida- A Parábola do Filho Pródigo
Cada uma destas parábolas ilustra uma situação diferente de perda. Na primeira, encontramos uma perda que se deu, provavelmente, pela fraqueza, debilidade ou fragilidade da própria ovelha. Na segunda, encontramos uma perda causada por deficiência ou descuido do responsável pela dracma, pois a dracma não se pode perder sozinha. Na terceira, vemos um caso de rebeldia e abandono deliberado por parte do filho mais moço.

Nas duas primeiras, a ação de quem cuida foi a de ir atrás da perdida. Procurar, buscar com zelo até encontrar. Na terceira parábola o pai ficou esperando. Porém nas três situações o sentimento era de perda, amor e desejo intenso de encontrar de volta.

Primeiramente, necessitamos fazer todos os esforços para evitar que alguém se perca. Se algum discípulo não está bem, busque ajudá-lo. Se você não conseguir, procure ajuda. Não espere que ele caia e se afaste.

Se porém alguém chegar a se afastar, vamos fazer todos os esforços para trazê-lo de volta. Vamos até ele, vamos ouvi-lo, vamos amá-lo, vamos lavar-lhe os pés. Só voltamos depois de encontrá-lo. Entretanto, se ao buscar uma ovelhinha, quando a encontramos recebemos uma chifrada, é sinal de que não é ovelha; é bode. Neste caso, não podemos trazê-lo, apenas ficamos na expectativa de que a pessoa se arrependa e retorne ao Senhor.
ESQUADRÃO RESGATE. Podemos também efetuar ações especiais de ir em busca daqueles que já se afastaram há algum tempo (encontros, visitas, etc.). Ir atrás de muitos que desanimaram, se esfriaram ou que não entenderam o evangelho e que podem chegar a ter uma verdadeira experiência com Deus.

4. Os 2 “Ps” – Paternidade e Padrão

Existem dois aspectos que o discipulador deve manter elevados:
- Uma postura de PATERNIDADE elevada pelo discípulo- Uma busca de um PADRÃO elevado de caráter e vida para o discípulo

São os dois “Ps”: Paternidade e Padrão. Se o discipulador deixar enfraquecer algum dos dois aspectos, não poderá ser um bom discipulador.

Se ele tiver o sentimento de Paternidade elevado e o Padrão baixo, será “frouxo” e permissivo com o discípulo, não formando-o corretamente.

Se ele tiver uma postura cobradora do Padrão elevado e uma Paternidade baixa, será impacientemente rigoroso com o discípulo, tendendo a um relacionamento de cobrança e não de socorro e ajuda amorosa.

O verdadeiro e completo discipulador é aquele que zela pelos dois “Ps”, e os mantém elevados: Padrão e Paternidade.
Que o Senhor nos abençoe para que os relacionamentos de discipulado sejam vínculos aonde flua graça abundante da parte de Deus para os discípulos.


FONTE: www.fazendodiscipulos.com.br

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A IGREJA RUMO À SUA PLENITUDE - Jorge Himitian

INTRODUÇÃO

Desde o começo do Século XX, a Igreja tem sido muito abençoada, inspirada e avivada ao ter como referência a igreja do primeiro século, especialmente ao ler e estudar o livro de Atos dos Apóstolos. Foi assim que nasceu o avivamento pentecostal no começo do século passado. No segundo terço do século surgiram os movimentos de curas divinas. E no último terço do século XX nasceu o movimento carismático ou de renovação. Cada um destes movimentos contribuiu com uma nova riqueza e graça ao Corpo de Cristo em todo o mundo.
A maioria dos que estamos aqui fomos alcançados pela terceira destas três grandes ondas do século passado. Temos uma experiência bastante comum; uma visão e uma herança similares. A palavra “restauração” tem sido uma palavra-chave para muitos de nós, e um conceito importante em nossa visão e compreensão dos princípios eternos da Palavra de Deus. Nos tem ajudado muito na recuperação de verdades, riquezas, dons e práticas que a igreja lamentavelmente havia perdido através dos séculos. Contudo, o conceito de “restauração”, involuntária e inadvertidamente, pode ter produzido em nós um condicionamento ou uma limitação quanto à visão da igreja que Deus quer.Jesus não disse “restaurarei minha igreja”, mas “edificarei minha igreja” (Mateus 16:18). Isto já vimos no ano passado. Se por “restauração” da igreja queremos dizer a recuperação dos princípios bíblicos que como igreja tínhamos perdido ou ignorado, está tudo bem. Mas se ao falar da “restauração” da igreja pretendemos voltar a ser como as igrejas do primeiro século, estamos mal.

Lembremos que muitas da igrejas do Novo Testamento eram bastante problemáticas. Os coríntios eram carnais. Os gálatas se voltaram à lei. Em Éfeso havia ameaça de divisão. Das 7 igrejas da Ásia, poucas constituem um bom exemplo para nós. A própria igreja de Jerusalém não queria sair de Jerusalém, e só prejudicava os judeus.Ao estudar as primeiras cartas escritas por Paulo, temos a impressão de que no começo de seu ministério ele tinha a idéia de que em sua geração se completaria a edificação de toda a igreja, e que Jesus voltaria rapidamente. Mas, ao estudar as cartas seguintes, como Efésios, percebemos claramente que Paulo advertia sobre os sinais futuros e que , antes do retorno de Cristo, a igreja alcançaria sua plenitude histórica: “...para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesús.” (Efésios 2.7).“... até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo...” (Efésios 4.13).“...para apresentar-se a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e em defeito.” (Efésios 5.27).

O PROJETO ETERNO DE DEUS

Nossa referência absoluta para a edificação da igreja não é a igreja dos séculos passados, nem sequer a igreja do primeiro século. Nossa referência é a igreja anterior a todos os séculos, a igreja que Deus se propôs a ter antes da fundação do mundo.A igreja é o projeto eterno de Deus Ela não nasceu na mente de Deus há 2.000 anos, quando enviou o Seu Filho ao mundo. A igreja estava na mente e no coração de Deus desde os séculos eternos, desde “antes da fundação do mundo”. A igreja não foi o “Plano B” de Deus depois da queda do homem. A igreja é o “Plano A” de Deus desde antes de exisitirem homens ou demônios. A queda foi um desvio, um atentado contra o projeto eterno de Deus. A redenção fez as coisas voltarem ao plano original.A igreja é a família que Deus se propôs a ter segundo o seu beneplácito, segundo a sua vontade, segundo as abundantes riquezas da sua graça. O pecado revelou a grandeza inimaginável da graça de Deus.Este projeto eterno de Deus que é a igreja, tem um propósito eterno, que, como um estribilho, se repete três vezes nesse extraordinário ‘magnificat’ de Paulo em Efésios 1.3-14.“... para louvor da glória de sua graça” (v.6)“... para louvor da sua glória” (v.12)“... em louvor da sua glória” (v.14)
A igreja tem uma só razão de ser: manifestar neste século e no vindouro a glória de Deus.Para que se cumpra plenamente o propósito do projeto eterno de Deus, a igreja deve ter necessariamente aqui na terra três características:

QUALIDADE – UNIDADE - QUANTIDADE

Jesus disse: “…edificarei minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18)Hoje, Jesus conta com todos os recursos necessários para edificar a igreja gloriosa que o Pai planejou na eternidade passada. Ele tem toda autoridade e poder no céu e na terra, e a ordem de cumprir o plano do Pai segundo Seu propósito eterno. Aleluia!Cristo fará! Edificará sua igreja! Não qualquer classe de igreja, senão aquela que chegue a ser uma. Acabarão todas as divisões aqui na terra. Será santa. Será o fim da mediocridade, da carnalidade, do mundanismo. Deixaremos de ser crianças, alcançaremos a estatura da plenitude de Cristo. Seremos cheios de toda a plenitude de Deus. A oração de Cristo em João 17 será plenamente respondida pelo Pai. Todos seremos um. Seremos santos. E o mundo crerá que Jesus, em verdade, é o Filho de Deus.

Haverá um grande avivamento mundial em meio a todas as nações. Centenas de milhares se converterão ao Senhor. Inclusive Israel crerá que Jesus é o Messias; e como disse Paulo: “Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?” (Romanos 11.15).

COMO AVANÇAR NA PRÁTICA EM DIREÇÃO À UNIDADE DA IGREJA?A IGREJA RUMO À SUA PLENITUDE (Plenitude-Unidade-Desenvolvimento)

Nos cabe tratar do sub-tema

DESENVOLVIMENTO.

Pediram-me para enfocar especificamente o desenvolvimento a caminho da unidade da igreja.Como avançar na prática até a unidade que Deus predeterminou para sua igreja?Como chegar mesmo à unidade da igreja?(A frase original surgiu em inglês: “How to bring about the unity of the church”).

O PROGRAMA DE CRISTO:A fim de executar o projeto de Deus, Cristo tem um programa: dar dons aos homens. E, com estes dons, constituir “uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.11-13).A necessidade dos apóstolos e profetas hoje- Os apóstolos e profetas são homens que têm revelação de Deus acerca do mistério de Cristo e da igreja. Não é suficiente ter a Bíblia, lê-la, pregar sobre ela (já temos feito isto por séculos, graças a Deus!). A igreja necessita de revelação para comprender e experimentar a mensagem da Bíblia em sua plenitude. Os canais dessa revelação são os apóstolos e profetas (Efésios 3:4-5). A função dos apóstolos e profetas de hoje não é receber “novas” revelações, ou pregar “outro evangelho”, mas captar, comprender e comunicar à igreja e a outros ministérios a velha e única mensagem, que já foi revelada aos apóstolos e profetas do primeiro século, e que temos escrita no Novo Testamento.- A responsabilidade dos apóstolos é edificar uma só igreja, não muitas igrejas. Sua função não é edificar sua igreja particular, o seu “reininho”. Isso seria trair ao Senhor e desperdiçar seu dom ministerial. Sua verdadeira função é edificar a igreja do Senhor segundo o projeto eterno de Deus.

O apóstolo Paulo, ainda que se reconheça a si mesmo pai espiritual dos coríntios, sob nenhum ponto de vista permite que os coríntios se dividam alinhando-se atrás de diferentes apóstolos: Paulo, Cefas ou Apolo.- A igreja sairá do quadro atual de divisão na medida em que surjam apóstolo e profetas conforme o coração de Deus. Homens vazios de si mesmos e de toda a ambição pessoal, que só busquem a glória de Cristo e reconheçam como único cabeça da igreja a Jesus Cristo, o Senhor.- Qual é a característica de um apóstolo? Um apóstolo é um enviado de Deus ao mundo com uma missão específica: criar, usando os dons e a graça que Deus lhe deu, igreja onde não há igreja. Os apóstolos e profetas são homens de fé, de intrepidez, autoridade e poder. Homens humildes e pacientes, cheios de graça e amor; mas, também, homens fortes em Deus, que se esforçam para chegar a um lugar e arrancar, derrubar, plantar, colocar fundamentos e edificar, mudar a história do lugar. São pioneiros, valentes, sofridos. Muitas vezes incompreendidos, algunas vezes perseguidos. Mas nada os detém. Seguem adiante, têm uma missão, uma comissão, e não vão parar até o seu cumprimento. Hoje precisamos desta classe de apóstolos. Homens que conhecem o quadro atual da igreja no mundo. E enquanto muitos por aí dizem: “A unidade da igreja? Isso é algo impossível!”, os apóstolos têm seus olhos postos nAquele que diz: “Eu edificarei minha igreja”. E declaram: “Senhor, tu o farás. És poderoso para realizar tudo que tens prometido”. São homens que crêem que a igreja crescerá em qualidade, em unidade e que milhões e milhões virão a Cristo e serão parte dessa única e gloriosa igreja do Senhor!A necessidade da revelação hoje“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele...” (Efésios 1.17-18).

Precisamos de revelação para ver que a divisão atual da igreja não glorifica a Deus, que é algo completamente contrário ao seu projeto eterno, que não tem nenhum fundamento bíblico nem teológico, e que se constitui num grande estorvo para que o mundo creia no evangelho (João 17:21).
Precisamos de revelação para nos limparmos completamente dos paradigmas “evangélicos” de divisão e dos argumentos humanos que querem justificar a divisão atual até usando versículos bíblicos.Um só corpo, uma só cabeça“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidade pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Efésios 4.15-16).
A igreja é um corpo só.
Um corpo é um organismo vivo em que todos os membros estão unidos entre si. Um corpo é uma unidade orgânica e funcional. Esta é a figura mais reiterada no Novo Testamento para representar a igreja. Hoje a igreja evangélica está dividida em milhares de “corpinhos”. Temos conseguido o absurdo: dividir o indivisível. Temos despedaçado o corpo de Cristo.Estamos como o vale dos ossos secos de Ezequiel 37. O pecado da Igreja Católica é sua “mariolatria” e seu culto às imagens e aos santos. O pecado da Igreja Evangélica é sua terrível divisão. Qual é pior? Qual dos dois é mais fácil resolver?Deus nos diz hoje: Filho do homem, se unirão estes ossos? Minha igreja voltará a ser um só corpo? – Senhor, é muito difícil… quase impossível … mas Tu sabes.- Tem razão. Eu sei. Portanto, profetize, dizendo o que Eu digo: “… até que todos cheguemos à unidade da fé…” “todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta…” Isto acontecá em todos os níveis: congregacional, na cidade, na nação e também em âmbito internacional. Em muitos países já começou. O início é geralmente simples, despretencioso, às vezes imperceptível, mas se torna muito importante se Deus é quem está à frente.

A igreja da cidadeDe acordo com os princípios bíblicos a igreja é uma só. A forma correta de manifestar essa unidade no mundo é em cada cidade. Hoje, mais do que nunca, o mundo está aglomerado em cidades.
O princípio que Watchman Nee redescobriu e deu tanta ênfase: Uma só igreja em cada cidade. Em uma cidade pode haver centenas de congregações, e inclusive um número muitos maior de pequenas comunidades nas casas, mas uma só igreja, debaixo de um só presbitério.A Igreja Católica tem conservado bem alguns princípios através dos séculos, e um deles é este: Uma só igreja em cada cidade, a qual é chamada de diocese. Pode haver muitas paróquias, mas todas elas formam a única igreja na cidade. Eles mantêm essa unidade debaixo da autoridade do bispo (praticam o episcopado monárquico, o qual não estou afirmando que seja bíblico ou correto).Nos últimos 20 anos, em muitas cidades da América Latina e do mundo têm surgido Conselhos de Pastores. Em nosso país, Argentina, há 20 anos só havia Conselho de Pastores em duas cidades: Santa Fé e Resistência. Hoje, existem mais de 200 cidades na Argentina onde funcionam Conselhos Pastorais. Alguns deles ainda são frágeis e problemáticos. Outros, como na cidade de Rosário, é um exemplo. Em muitos Conselhos vem crescendo a visão da Igreja da Cidade. É o início do fim de todas as divisões denominacionais. É necessário dar força a esses Conselhos com a visão de Deus. Esses Conselhos de hoje serão o presbitério de amanhã. Chegará o dia em que não haverá mais Igreja Batista, Igreja Pentecostal, Igreja Renovada, etc. Seremos só IGREJA. Haverá uma só igreja em cada cidade. Podemos imaginar o potencial de recursos humanos, econômicos e sociais que isto significa! Podemos imaginar o potencial sobrenatural que isto vai desencadear! Quando Deus vir o seu povo unido em cada cidade,o que ele não fará? Que oração ficará sem resposta? Os demônios tombarão, as potestadores dos ares cairão, e o Reino de Deus avançará como nunca na história. “Pai, que sejam um para que o mundo creia”. Seremos um, e o mundo crerá!

PONTO DE INFLEXÃO- O derramamento do Espírito Santo no último terço deste século tem ultrapassado todas as barreiras denominacionais. Hoje praticamente não se distinguem as igrejas pentecostais das não-pentecostais. Algunas igrejas não-pentecostais são mais pentecostais que as pentecostais. Muitas reuniões católicas são muito “evangélicas”. O que está acontecendo? Deus está cumprindo a sua promessa de derramar seu Espírito sobre toda carne. E vai chegar até o cumprimento pleno.Estamos num ponto de inflexão na história da igreja. As linhas divergentes dos últimos 500 anos foram quebradas para tornarem-se linhas convergentes. Quantos anos demorará este processo até que sejamos “perfeitos em unidade” como pediu Jesus? (João 17:23). Mas sabemos que assim será. Em nossa experiência na América Latina, temos aprendido que este processo deve ser gradual e progressivo, e que requer muita paciência, amor e fé. O processo não é sempre uma linha ascendente. Há avanços e retrocessos. Devemos perseverar, crer, interceder, orar, lutar, e voltar a crer que Aquele que começou a boa obra há de completá-la.Temos aprendido pela experiência que há três passos progressivos para crescer na comunhão:Conhecimento. É fundamental que nos conheçamos pessoalmente, que sejamos amigos, que abramos o coração, que tenhamos comunhão, que cultivemos e desenvolvamos uma amizade. Não há atalhos, isto requer tempo, e tempo de qualidade juntos. Isto nos levará ao segundo nível de comunhão: Confiança. Na medida em que nos conhecemos crescerá a confiança (ou não). Se não temos confiança uns nos outros, não podemos avançar ao nível seguinte: Compromisso. É importante respeitar este processo a fim de que construamos relacionamentos firmes, duráveis e comprometido uns com os outros. Este processo aconteceu e está acontecendo entre nós a nível de cidade, a nível nacional, a nível regional ou continental, e agora com a IAF estamos crescendo para chegar à unidade e ao compromisso a nível internacional.

CONCLUSÃO

Na realidade a minha função tem sido dar uma introdução a este tema. A resposta virá de Deus, através de cada um de vocês nos grupos de discussão.

PARA OS GRUPOS DE DISCUSSÃO:

Trabalharemos em torno das seguintes perguntas:

1 – Quais são os principais argumentos humanos que devemos superar para avançar com mais certeza sobre a unidade que Deus quer?

2 – Quais são as principais barreiras pessoais que temos de superar em nosso interior para avançarmos a caminho da unidade? Que posições ou atitudes devemos derrubar em nós mesmos para não atrapalhar a unidade que Deus está construindo? (Tempo de reflexão, arrependimento e confissão)

3 – Quais são a sua visão e fé para avançar rumo à unidade em sua própria cidade e país? Como podemos ser fatores de unidade em nossa cidade, país e mundo?

4 – Como transmitir esta visão de Deus ao resto do Corpo de Cristo e às novas gerações?

5 – Como podemos progredir em direção à unidade da fé neste grupo? Como podemos crecer em nossa relação dentro deste círculo de comunhão apostólica internacional em direção à unidade da igreja do Senhor a nível mundial?

Por: Jorge Himitian

Encontro Apóstólico na Argemtina
Setembro - 2005

sexta-feira, janeiro 12, 2007

A História dos Morávios

Os morávios são os habitantes eslavos da moderna Morávia, a parte mais oriental da República Tcheca. Eles falam dialetos morávios da língua tcheca e são nos dias de hoje considerados um ramo dos tchecos. A questão "será que os morávios fazem parte da nação tcheca ou não?" ainda é viva para alguns grupos da Morávia. Alguns morávios declaram etnicidade separada. Contudo, o problema quase não tem dimensão política e para a maioria da população a questão da língua morávia ou de uma nação morávia é puramente folclórica. Uma razão para disputas, pode vir do fato de que, por razões históricas distantes, a expressão em tcheco utilizada para tchecos e boêmios era a mesma: Čech. Então teoricamente pode não estar claro a que povo a expressão se referia quando utilizada. Poderiam se referir a boêmios, morávios, e às vezes até a silésios quando citado.

Avivamento

Os morávios foram um dos grupos que mais trouxe impacto ao mundo. A vida que eles tinham com Deus mudou o curso de toda a história. O mundo estava experimentando uma frieza religiosa. O pensamento racionalista havia invadido as escolas e as igrejas. Os pregadores haviam tornado as suas mensagens muito dogmáticas e estéreis. Tudo eram debates. Todos queriam apresentar os seus conhecimentos intelectuais. Havia muitos que conheciam coisas acerca de Deus. Mas eram raros os que conheciam a Deus. Por causa disso, por causa desse desconhecimento de Deus, diversas revoluções sangrentas aconteceram no século XVIII. Uma dessas revoluções foi a revolução francesa. Muitas pessoas morreram injustamente na França. Sem dúvida, quando o homem tira os seus olhos de Deus, a carne e o pecado começam a aparecer, trazendo destruição e miséria. E foi nesse tempo de crise, de racionalismo, de frieza espiritual, que Deus levantou os morávios. De fato, Deus, por sua misericórdia, sempre levanta pessoas nos momentos turbulentos da história. Os morávios eram pessoas que estavam escapando da sua terra em consequência de uma terrível guerra, a guerra dos trinta anos.

Todos eles eram protestantes. Todos eles eram evangélicos. Contudo, como nós falamos nos dias de hoje, eles eram de denominações diferentes. Uns eram hussitas, outros calvinistas e ainda outros luteranos. Contudo, todos eles foram para o mesmo lugar. Eles foram morar nas terras de um conde muito rico, chamado Zinzendorf. Nessas terras eles estabeleceram a comunidade de Herrnhut, que significa, “redil do Senhor”. Entretanto, no princípio, esses refugiados de guerra tinham muitas rivalidades entre si. Cada qual tentava impor ao outro a sua forma de pensar. Cada um tentava apresentar ao outro os seus conhecimentos intelectuais. E as suas próprias paixões religiosas os estavam destruindo mutuamente.

Mas no dia 5 de agosto de 1727, depois de um período de oração, eles resolveram fazer uma aliança fraternal. Eles decidiram não mais criar debates e confusões. Eles decidiram enfatizar apenas os pontos em que concordassem e não os que divergiam entre si. Sobre esse dia, no diário deles está escrito: “Neste dia, o Conde fez uma aliança com o Senhor. Os irmãos prometeram, um por um, que seriam verdadeiros seguidores do Salvador. Vontade própria, amor próprio, desobediência - eles se despediriam de tudo isso. Procurariam ser pobres de espírito. Ninguém deveria buscar o próprio interesse. Cada um se entregaria para ser ensinado pelo Espírito Santo. Pela operação poderosa da graça de Deus, todos foram não somente convencidos, mas arrastados e dominados.” Praticamente, uma semana depois dessa aliança, no domingo, 13 de agosto, mais ou menos ao meio dia, numa reunião onde se celebrava a Ceia do Senhor, mudanças começaram a acontecer. Nessa reunião, o poder e a bênção de Deus vieram de forma poderosa. Tanto o grupo quanto o pastor caíram juntos, no pó, diante de Deus. E tal era a consciência da presença, que ninguém se levantou para ir embora. Todos permaneceram prostrados até a meia noite, tomados em oração e cântico, choro e súplicas. Nessa reunião, o Senhor Jesus lhes apareceu como Cordeiro, levado ao matadouro, traspassado pelas suas transgressões e moído pelas suas iniquidades (Is 53.7,5).

Na presença do Senhor, eles se sentiram muito pecadores e também muito felizes por causa da graça de Deus, que os trouxe à salvação. Suas controvérsias e rixas foram silenciadas; suas paixões e orgulho foram crucificados. Tudo isso aconteceu enquanto fitavam atentamente às agonias do Cordeiro de Deus, crucificado em favor dos homens. A oração os uniu. Assim, no dia 26 de agosto, eles começaram a orar. Eles entenderam que, da mesma maneira como nunca se havia permitido que o fogo sagrado se apagasse no altar (Lv 6.12, 13), eles, que eram o templo do Deus vivo, jamais deveriam deixar que o fogo da oração deixasse de subir a Deus como um incenso santo (1 Co 3.16; 1 Ts 5.17; Ap 8.3,4). Nesse pensamento, 24 irmãos e 24 irmãs iniciaram uma reunião de oração que tivesse a duração de 24 horas por dia. Essa reunião de oração começou no dia 26 de agosto de 1727 e terminou somente depois de 26 de agosto de 1827. Foram mais de 100 anos de oração ininterrupta. Aquelas pessoas se revezaram em oração e oraram por mais de 100 anos! Durante esse tempo, o zelo evangelístico cresceu de tal maneira que em vinte cinco anos eles enviaram mais missionários que todas as igrejas protestantes juntas.

Em todo tempo, os morávios encontraram incentivo no texto de Isaías 53.3-12. Eles faziam do sofrimento do Senhor o impulso e fonte de toda a sua atividade. De fato, dessa profecia eles tiraram o seu “brado de guerra” missionário: “Conquistar para o Cordeiro que foi morto a recompensa dos Seus sofrimentos”. Que o Senhor nos abençoe e nos use para trazer impacto à nossa geração! Amém.

Pastor Gustavo Borja Bessa

quarta-feira, novembro 22, 2006

A Família de Deus - Por Daniel Souza


Existem dois modelos de família: a espiritual (eterna; verdadeira); e a natural (provisória; distorcida e em crise por causa do pecado)

A verdadeira família é formada por pessoas que fazem a vontade de Deus, o Pai (Mc.3.31-35 / veja também os versos 20 e 21). Os filhos de Deus não são aqueles que nasceram segundo a carne ou do nascimento natural. Eles nasceram de Deus e foram capacitados para viver como seus filhos (Jo.1.12,13).

É interessante ver como o reino de Deus expõe e corrige as coisas erradas da família provisória. Quem não fica impressionado com os textos de Mt.10.34-37 e Lc.14.26 ?

No entanto, esta palavra que pode impressionar algumas pessoas é algo bem resolvido no coração daqueles que fazem parte da família eterna. Os filhos de Deus sabem que o amor supremo por Jesus é algo absoluto e justo.

Deus tem um projeto eterno: ter uma família eterna. Somente aqueles que Ele gerou viverão a eternidade com Ele.

Uma das grandes bênçãos da eternidade com Deus é que os salvos saberão que aquela é sua verdadeira família. Ali não haverá tristeza e nem lembrança das coisas passadas (Is.65.17). Se assim não fosse, o céu seria um lugar de muita tristeza.

Certa vez, ouvi o testemunho de um pastor africano que morreu e teve uma preciosa experiência no céu. O que me chamou a atenção é que sua esposa, aqui na terra, estava em grande sofrimento pela perda de um importante membro de “sua família”. Porém o pastor nem se lembrava de sua família provisória, visto que estava experimentando as delicias do céu com outros irmãos da família eterna. É engraçado mas ele teve que voltar contra sua vontade!

O mesmo já não acontece no inferno. Em Lucas 16.27,28 o rico condenado se lembrava de sua casa paterna e de seus irmãos. Ele sustentava a identidade natural; carnal. Ele poderia ter a identidade espiritual e eterna, mas não teve fé para isto. Ele não era da mesma família de Lázaro e Abraão. Ele já estava na eternidade, porém, separado da família eterna.

É certo que muitos passarão a eternidade próximos daqueles que eram “distantes” e distantes daqueles que eram “próximos”.

A vinda de Jesus e o arrebatamento da igreja vão interferir com muita força nas famílias provisórias (Lc.17.34).

Parece que Deus já vai preparando o homem no plano provisório visando a eternidade. Em Mt.19.5 Jesus nos mostra que o homem deixa algo profundo para assumir algo mais profundo ainda. Quando o filho é pequeno nem passa por sua cabeça que um dia ele deixará sua mamãe. Até que ele cresce e conhece uma jovem que vai mudar, de forma irresistível, sua vontade.

O casamento é o máximo da fraternidade? Não. Tem algo mais profundo ainda. A família de Deus, a família eterna é muito mais profundo ainda (1Co.2.9; Ef.5.32).

A revelação sobre a família eterna parte do Pai celeste, não de nossos conceitos adquiridos neste mundo. Se não cuidarmos, ficaremos confusos com as distorções e os padrões invertidos da sociedade.

A bíblia diz que nem todos são filhos de Deus (Jo.1.12).
A bíblia fala dos filhos deste mundo (Lc.20.34) e até dos filhos do diabo (Mt.13.38; Jo.8.44; At.13.30; 1Jo.3.10). A diferença entre estes filhos e os filhos de Deus é muito grande.

Ninguém precisa ficar preocupado julgando outrem, pois O Pai conhece aqueles que lhe pertencem (Jo.10.4; 2Tm.2.19) .
Deus deu testemunho claro sobre Jesus, seu amado filho (Lc.3.22).

Uma parte da família eterna já está no céu. A outra parte ainda está na terra (Ef.3.14,15).
Está na terra treinando para a eternidade. Estamos aprendendo a viver como família. Estamos aprendendo a guardar todas as coisas que nosso irmão mais velho ordenou (Mt.28.10, 18-20; Hb.2.11).

Quem não se lembra de mandamentos como “amai-vos uns aos outros” (Jo.13.34); “servi uns aos outros” (Jo.13.14,15; 1Pe.4.10); “perdoai-vos mutuamente” (Cl.3.13) ?

Assim vamos aprendendo a viver como família, sendo treinados para viermos eternamente juntos.

Toda glória seja dada ao Pai.


No amor de Jesus, Daniel Souza.

sábado, outubro 28, 2006

Jesus é o Centro

"Ele é a cabeça do corpo, da Igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude. E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus" Col. 1:18-20

"... de fazer convergir Nele (Jesus), na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra" Ef. 1:10

Jesus é o centro de todas as coisas.
Aprouve a Deus que todas as coisas se convergissem em Jesus.
Jesus é o projeto de Deus.
Ele é a expressão exata do ser de Deus.

Amamos a Jesus e queremos centralizá-lo em nossas vidas a cada dia.

sábado, outubro 14, 2006

Fotos dos irmãos vinculados em Vitória-ES


Esses são os irmãos que estão vinculados em Vitória-ES.







Irmãos amados, discípulos de Jesus que estão caminhando juntos firmados no propósito eterno de Deus: O de sermos família de muitos fihos, semelhantes a Jesus, para a Glória do Pai!!!

terça-feira, agosto 15, 2006

Arrependimento

É muito importante entendermos bem o que é arrependimento. Nós estamos rodeados de conceitos do mundo e de conceitos religiosos que não definem exatamente nosso problema com Deus. Ora, se não entendermos bem qual é o problema, como poderemos saber qual é a solução?
Todo mundo que ouvir o evangelho deve ter esta luz, este entendimento: qual é o seu problema com Deus, e qual a solução desse problema.

Para compreender, devemos analisar como tudo começou, como foi a queda do homem (Gn 3:1-7). Aqui nos temos a descrição da entrada do pecado no mundo. Geralmente se diz que o pecado de Adão foi a desobediência, mas isto não define exatamente o problema. Na verdade a desobediência já é um fruto do pecado, é uma conseqüência do pecado e não o próprio pecado.
A chave para este entendimento está nas palavras: "... como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal" (v5) e "...árvore desejável para dar entendimento" (v6). Porque o conhecimento era tão tentador para Adão? Porque queria tanto ter entendimento, a ponto de se arriscar ao castigo da morte que Deus tinha prometido? É simples. Até aquele momento, ele vivia nume relação de total dependência de Deus, necessitava da orientação de Deus para tudo, era dirigido por Deus e pela sua sabedoria (pv 8:22-31). Para que ele queria conhecimento e sabedoria que vinham de uma árvore e não de Deus?
Adão queria dirigir a própria vida, queria fazer sua própria vontade, ser seu próprio Deus. Adão queria INDEPENDÊNCIA.
Isto não foi algo que Adão fez, foi uma decisão interior no seu coração. Uma disposição de ser independente, de ser o dono de sua própria vida. O pecado foi consumado pela sua desobediência mas foi gerado por uma atitude interior de REBELIÃO.
Quando Adão pecou, sua própria natureza humana se degenerou. O pecado se tornou parte de sua natureza, e portanto, a herança de toda raça humana, pois todos são descendentes dele ( Rm 5:12;19). O problema de Adão, agora é o problema de toda a raça humana. Qual é o nosso problema então?

O nosso maior problema aos olhos de Deus não está nas coisas erradas que fazemos, mas sim na nossa atitude interior de INDEPENDÊNCIA e rebelião. Todos os pecados que cometemos são conseqüência desta disposição interior. Quando no meu interior há uma atitude de independência (sou dono da minha vida, faço a minha vontade), como conseqüência disto, os meus atos e as coisas que vou fazer no meu dia a dia não vão agradar a Deus. Entendemos então, que o problema principal é A INDEPENDÊNCIA (o pecado), enquanto que os atos pecaminosos (os pecados) são a conseqüência.

Aqui cabe uma pergunta: É suficiente que o homem abandone alguns pecados mais grosseiros (como os vícios, a orgia e a idolatria), e creia em Jesus para o perdão dos pecados, sem no entanto resolver o seu problema fundamental que é a independência? A resposta é NÃO. Deus quer atingir a raiz do problema. Ele quer que mudemos de atitude, que abandonemos a INDEPENDÊNCIA e nos tornemos DEPENDENTES de Deus.
A palavra do evangelho de Jesus, não é para curar superficialmente a ferida do homem. Deus quer tratar a causa do problema e não apenas a conseqüência. E para isto Ele mandou o seu filho Jesus. Ele não veio trazer apenas o perdão dos pecados mas veio trazer a solução do problema do pecado e da rebelião. E como fez isto? Pregando o evangelho do reino (Mt 4.23; 9.35; Mc 1.14,15; Lc 4.43; 8.1; 9.60; 16.16). Os apóstolos também pregaram o evangelho do reino (At 8.12; 19.8; 20.25; 28.23,30,31).
O que é o evangelho do reino? O evangelho do reino é o fim da rebelião e da independência do homem.

Deus quer perdoar, mas também quer governar, quer reinar sobre o homem. E este é o significado do arrependimento. No grego a palavra que aparece é "metanóia", que significa mudança de mente, mudança de atitude interior. Que mudança é esta? É a troca de uma atitude de INDEPENDÊNCIA para uma atitude de DEPENDÊNCIA. Da atitude de rebelião (faço o que eu quero) para a atitude de submissão (pertenço a Deus para fazer a sua vontade).
Quando mudamos a nossa atitude para com Deus, mudam também os nossos atos. Quando mudamos somente os nossos atos (deixamos de fazer algumas coisas que consideramos muito erradas), mas continuamos no interior com uma atitude de independência, estamos ainda em rebelião e necessitamos de arrependimento.

É necessário abandonar a independência.
Pelo conceito comum, arrependimento é um mero sentimento de tristeza pelos pecados cometidos. Agora Deus está nos revelando algo mais sólido: por meio do verdadeiro arrependimento, temos o nosso interior totalmente mudado, vivemos uma nova vida, estamos com uma atitude correta diante do nosso Senhor. ALELUIA!
Toda a pregação de Jesus estava impregnada dessa mensagem. Jesus não pregava um evangelho "fofinho", um evangelho de ofertas, mas pregava um evangelho contundente e extremamente exigente. Toda a sua pregação visava levar o homem a um verdadeiro arrependimento, a uma revolução interior. Ele mostrou de que maneira prática o homem poderia experimentar este arrependimento.
Que é necessário para se arrepender e se tornar um discípulo de Jesus? Basicamente quatro coisas:

1º- NEGAR-SE A SI MESMO (Mc 8.34). Não é negar apenas alguns pecados. É...
2º- TOMAR A CRUZ (Mc 8.34). Mas que é tomar a cruz? É...
3º- PERDER A VIDA (Mc 8.35). Como ocorre isto? Devo morrer literalmente? Não. Esta é uma realidade espiritual, é o próprio arrependimento. Até hoje, a vida era minha, eu era meu dono. Mas agora, eu perco minha vida porque a entrego para Deus. A partir de hoje Ele é o meu dono. Deus só pode governar a minha vida se eu a entrego voluntariamente. Mas para fazer isto eu devo estar disposto a perdê-la. Mas arrependimento também envolve...
4º- RENUNCIAR A TUDO QUE POSSUI (Lc 14.33). Se eu próprio já não pertenço a mim mesmo, muito mais as coisas que eu possuía. Agora tudo pertence a Deus. Família, emprego, casa, móveis, automóvel, salário, poupança, etc, tudo é de Deus.
Mas agora temos mais uma pergunta a responder: É esta a mensagem que a igreja tem pregado? Lamentavelmente não. A pregação da igreja tem sido muito mais a de um evangelho de ofertas do que do evangelho do reino. Mas alguém diria que não. Alguém diria que ultimamente Deus tem levantado a muitos na igreja falando sobre o reino e proclamando que Jesus é o Senhor. Bem, isto é verdade. Mas na essência a igreja não tem mudado muito a sua mensagem. Vamos analisar isto:
Quando Jesus colocava as condições do reino, Ele sempre começava com "se alguém quer ser meu discípulo&ldots;", e logo a seguir vinham as condições. Estas eram condições para ser um discípulo, para ser um convertido, um salvo. Eram condições para entrar no reino de Deus. Não era uma opção para ser mais consagrado, para crescer na fé, ou para se tornar pastor. O arrependimento, com tudo o que ele significa e produz, está na PORTA DE ENTRADA e não no caminho. Muitos estão pregando um evangelho "fofinho" (creia e mais nada), e depois querem estreitar o caminho. Mas quem vai querer perder a vida se na entrada já lhe prometeram salvação e vida eterna sem condição nenhuma? Esta pregação tem enchido a igreja de religiosos que não estão submissos a autoridade de Jesus. Devemos mudar esta situação, e o principal para isto é entender que:

A SUBMISSÃO TOTAL A AUTORIDADE DE JESUS NÃO É UMA OPÇÃO PARA O SALVO, MAS UMA CONDIÇÃO PARA SER SALVO.

Em face desta verdade podemos observar que hoje há no mundo três tipos de homem. O primeiro não quer saber de Deus. O segundo está muito interessado em Deus. O terceiro vive para Deus. São eles:

O incrédulo: Não quer dizer necessariamente ateu. É alguém que não tem interesse em Deus. Qual é o seu problema? É que governa a sua vida. Controla todas as áreas de sua vida conforme a sua vontade e para seu próprio prazer. Tem o EU no centro de sua vida. Ele vive para si mesmo.

O religioso: É muito diferente do incrédulo. Acredita em Deus, lê a Bíblia, ora, canta, vai a reuniões, chama Jesus de Senhor, etc. Mas qual o seu problema? O mesmo do incrédulo. Tem o EU no centro. Vive para si mesmo. E Deus? Deus existe para abençoá-lo, curá-lo, servi-lo e salvá-lo. É um quebra-galho. Este está pior que o incrédulo porque está se enganando.

O discípulo: Não vive mais para si mesmo. Vive para Deus. Toda sua vida está estruturada em função da vontade de Deus. Jesus é o SEU SENHOR. Este experimentou um verdadeiro arrependimento. Que diferença entre um discípulo e um religioso! Que amor! Que prontidão! Que docilidade! Como cresce e frutifica! Graças a Deus pela revelação do seu reino!

Você deve ler com atenção os textos abaixo para ter mais esclarecimento e capacitação para ensinar a outros: Mt 5.20; 6.25-34; 7.13; 7.21-23; 8.18-22; 9.9; 10.37-39; 11.28-30; 13.44,45; 16.24,25; 19.29; Lc 9.23-26; 9.57-62; 12.29-34; 14.25-33; 18.18-30; Jo 12.24-26; At 3.19; 17.30.

Fonte: www.odiscipulo.com

A Importância das Juntas e Ligamentos


Jesus não estabeleceu vínculos fortes somente entre Ele e seus discípulos.

COL.2:19 - ...e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.


CONSIDERAÇÕES:

O CORPO É SUPRIDO PELO CABEÇA QUE É CRISTO:

Não retendo o cabeça que é Cristo: Cabeça fala sobre autoridade, Governo, Senhorio de Cristo, plenitude. Estar debaixo da autoridade de Deus é estar debaixo da autoridade do corpo de Cristo também. Quem está aberto para Jesus esta aberto para o Corpo também. Muitos dizem: “sou crente à vinte anos e não estou ligado com ninguém, não preciso”. Isto é soberba! Sem submissão jamais chegaremos ao alvo. Muitos se convertem e já começam bem, estão vivendo debaixo de autoridade e ligados por juntas e ligamentos e assim já mostram maturidade na caminhada com Cristo. Os membros do Corpo de Cristo são supridos por juntas e ligamentos. Paulo estabelece uma ordem: 1.Não reter o cabeça (Governo) 2. Suprido 3. bem vinculado por juntas e ligamentos e o resultado de tudo isso é um crescimento que procede de Deus.

A JUNTA VÍNCULA O MEMBRO. BEM VINCULADO POR JUNTAS E LIGAMENTOS. ISTO NOS FALA SOBRE MATURIDADE DE CADA MEMBRO. NADA PODE SER SINGULAR NO CORPO DE CRISTO.

CRESCE O CRESCIMENTO DE DEUS. VEM DE DEUS! ELE NÃO FALHA E NÓS NÃO PODEMOS FALHAR TAMBÉM.

Jesus não estabeleceu vínculos fortes somente entre Ele e seus discípulos. Ele também relacionou os discípulos entre si. Várias vezes Jesus enviou os discípulos de dois a dois. Certamente tinham que desenvolver uma relação profunda. A oração, os conselhos, a paciência, o perdão, o cuidado com o espírito de disputa, e tantas outras oportunidades que o Espírito Santo trabalhava neles enquanto estavam juntos no serviço.
Aquela relação entre Jesus e os discípulos era uma relação de discipulado, algo vertical. Este outro relacionamento específico é horizontal, que aqui chamamos de companheirismo. No discipulado, alguém mais maduro vela por alguém mais novo. No companheirismo há uma responsabilização mútua por edificarem um ao outro.
O companheirismo só funcionará se houver um compromisso mútuo diante do Senhor. Não havendo compromisso, não haverá desempenho de cada parte para edificação do outro. Isso quer dizer que esse relacionamento deve ser específico e distinto. Quando é assim, cada um sabe qual é a sua responsabilidade. Caso contrário, pensa-se que todos são responsáveis por todos (o que é verdade), mas ninguém se responsabiliza por ninguém.

Como Deve Ser Esse Relacionamento?

·Sujeição (Ef 5.21 ):
A grande prova de humildade é a submissão ao companheiro, pois muitas vezes é mais fácil sujeitar-se ao discipulador, que é alguém que consideramos mais maduro.

·Transparência (Tg 5.16):
Confessar os pecados um ao outro. Isso produz cura. Não devemos esconder nada. Aprender a colocar a vida perante o outro sem barreiras. É necessário se expor e perder o individualismo.


·Amor Verdadeiro (Jo 13.34):
Este amor começa com amizade. Quando Deus criou o homem, ele viu algo que não achou bom: A solidão (GN 2.18). Por causa disso criou uma ajudadora. O relacionamento não existe apenas para formar o caráter. Serve no propósito de trazer realização completa a cada um, de maneira que tenhamos prazer e alegria uns nos outros. Amor também é lealdade e fidelidade. Ao fazermos uma aliança, não é só para momentos de alegria, mas também um compromisso para as provações. É justamente nestas horas que o compromisso vai ser testado e desafiado. O verdadeiro amor também envolve cuidado e proteção. Devemos ter responsabilidade pelo bem estar do companheiro e de sua família.
·Honra (Rm 12.10):
Buscar sempre o interesse do outro, mesmo que envolva perdas. Estar sempre disposto a dar o primeiro lugar ao outro e ficar na posição de servo.
·Longanimidade e Perdão (Cl 3.12-13):
É neste relacionamento que várias áreas da vida irão se revelar e receber tratamento. É nesta hora que o companheirismo deve funcionar a fundo. Diante das deficiências do caráter do outro, não devemos desanimar, mas sim aprender a perdoar e a suportar. Neste momento o caráter de Cristo estará sendo formado em nós, porque, na prática, teremos que perdoar e suportar uns aos outros.

O Que Os Companheiros Devem Fazer?

·Edificarem-se com a Palavra (Cl 2.16), revisando textos, ensinos ministrados, aconselhando-se, animando-se, consolando-se, etc.
·Orar Juntos (Mt 18.19-20). É bom terem uma lista de oração.
·Sair para pregar aos incrédulos (Mc 6.7-12). Devem visitar contatos juntos.
·Cuidar dos seus discípulos juntos.
·Servirem-se (Gl 5.13).
·Estimularem-se ao amor e às boas obras (Hb 10.24).

Como Iniciar o Relacionamento?

·Não é necessário buscar afinidade. Não se deve idealizar um relacionamento que não terá problema.
·Não é necessário um longo período de observação. Não é casamento.
·Pode-se relacionar pessoas de idade diferente.
·Pode ser um relacionamento de três irmãos.
·Pode ser um irmão mais novo (ou antigo) na fé.
·Devem ser do mesmo sexo.
·Devem orar e buscar conselho antes de iniciar o relacionamento.

Perigos que destroem o Companheirismo:

·Egoísmo:
O egoísmo é o câncer de qualquer relacionamento. Por isso, alguém que tenha tendências fortes para manipular e explorar os outros, não tem, por enquanto, maturidade para exercer esta aliança.

·Diferenças de Personalidade:
Nunca encontraremos pessoas idênticas. Nem haveria vantagem nisso. É natural que os discípulos tenham algumas dificuldades para se ajustarem. A benção deste relacionamento, como já vimos, repousa justamente nisso. Assim os companheiros têm a oportunidade de lidar biblicamente com suas diferenças, podendo aplicar princípios que, de outra forma, seriam apenas teóricos (Pv 27.17).

·Ataques do Diabo:
O diabo se levantará contra qualquer aliança de edificação entre irmãos. Usará mentiras, mal-entendidos, desânimos e suspeitas falsas, tentando colocar um contra o outro. Os companheiros devem vencer juntos em oração, bem como esclarecer sempre toda questão que surgir.

·Fofocas:
Um relacionamento de edificação não admitirá comentários nocivos sobre a vida de outros discípulos, nem mesmo a pretexto de “orar pelo irmão”. Fofocas e contendas entre irmãos são as armas mais terríveis do diabo para destruir a unidade do Corpo (Pv 6.16-19).

Fonte: www.igrejadejesusemsaovicente.com.br

Professores ou Pais Espirituais?















A edição 37 da Revista Impacto (Quando desobedecer é melhor...) divulgou um trecho de uma entrevista que passou quase desapercebido por muitos leitores, mas que eu gostaria de trazer à nossa memória:

No final da década de 80 e início de 90, tivemos experiências difíceis em Porto Alegre em relação a alguns abusos da parte dos discipuladores. Mas isso acabou se transformando em bênção para a igreja, porque nos levou a buscar a Deus para que ele corrigisse nosso percurso. [...] Levou-nos a voltar aos princípios, a buscar mais revelação. E descobrimos uma espécie de norma áurea em 2 Coríntios 10.8 e 13.10, segundo a qual a autoridade não é para destruição, mas para edificação.
Outra coisa que nos ajudou foi uma ampliação da visão do discipulado, com a entrada da visão de paternidade espiritual. Foi uma chave para nós. A ênfase não é na autoridade, nem na exigência de submissão, mas na paternidade. [...] (Veja esse princípio exemplificado no relacionamento de Paulo com Timóteo e Tito, como filhos na fé, em 1 Tessalonicenses 2 e outros textos.)
Quando os discipuladores entenderam e creram nisso, os problemas praticamente deixaram de existir. E quantos problemas nós tínhamos! Hoje podemos dizer que desde então tem ocorrido uma revolução de amor entre nós. Os discipuladores servem efetivamente os irmãos – não estão em posição superior. Assim como o pai não é status, mas serviço, obtiveram reconhecimento da autoridade a partir dessa doação.
Hoje, usamos mais as expressões "quem cuida”, “quem te serve”, “quem te guarda” do que algum termo que dê ênfase na autoridade. Temos atualmente (novembro de 2004) em Porto Alegre mais de 500 pais espirituais. São dois mil irmãos com vida. Jovens, adolescentes e velhos em alegria. Passamos pela crise e Deus gerou esse amor.

Jan Gottfridsson (Igreja em Porto Alegre)



Confesso que, na época, não dei muita importância a esse trecho da matéria, o que poderia ter feito com que evitasse passar por algumas “crises eclesiásticas” que experimentei em seguida. Ao ler 1 Coríntios 4.15 (“Porque, ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu, pelo evangelho, vos gerei em Jesus Cristo”), pude perceber quão importante é essa questão de paternidade espiritual. Paulo estava querendo dizer que a igreja em Corinto tinha muitos aios (professores, mestres, pessoas responsáveis por transmitir ensinamentos), mas faltava-lhe um pai espiritual.
Minha crise pessoal estava justamente relacionada com isso. Passei quase toda a minha vida cristã envolvido com o ministério de ensino, com livros, apostilas, estudos, e parece que o apóstolo Paulo falava diretamente para mim: “O que você está precisando é de paternidade espiritual!”
Depois o verso 18 (“mas alguns andam inchados, soberbos...”) vinha com mais uma punhalada em minha religiosidade. Os membros da igreja em Corinto ouviam os tutores, participavam dos estudos – e tornaram-se arrogantes, soberbos em seu conhecimento do evangelho. Orgulhavam-se do muito que conheciam, mas eram imaturos, pois não consideravam a figura do pai para dar-lhes identidade, treinamento e cuidado apropriado. Mas será que isso também não estava acontecendo comigo?

Amadurecendo a Visão de Discipulado para Paternidade Espiritual

Durante muitos anos, pratiquei uma metodologia de ensino cristão conhecido como “discipulado” e adotado por diversas comunidades evangélicas. Esse método normalmente consiste em duas pessoas se encontrarem para passar por um processo estruturado de ensino no estilo “preceito após preceito”, no qual um cristão novo é ajudado a conhecer, praticar e ensinar as verdades básicas do evangelho. É um tipo de relacionamento que é necessário e maravilhoso para o treinamento dos crentes, mas a idéia de paternidade espiritual vai mais além, como explicou o irmão Jan Gottfridsson em seu depoimento.
Como pai espiritual, as intenções do apóstolo Paulo para a igreja em Corinto eram muito superiores ao sistema de ensinamento que estavam recebendo. Os irmãos que estivessem experimentando essa paternidade sobre suas vidas não se tornariam soberbos e inchados de tanto conhecimento; pelo contrário, deixariam de ser bebês espirituais (1 Co 3.1) e amadureceriam em Cristo, adquirindo condições de assumir a paternidade sobre outras pessoas.
Atualmente, Deus está despertando pessoas em muitos lugares, mostrando que sem paternidade espiritual não teremos homens e mulheres maduros na igreja – podemos ter muita informação, como a igreja em Corinto, mas seremos eternas crianças espirituais com nossos joguinhos televisivos de meninos contra meninas, batistas contra presbiterianos, adoradores extravagantes contra os defensores de corais e hinos tradicionais. Quem você acha que ganhará o troféu abacaxi?

Precisamos Estar Ancorados

O livro O Clamor por Pais e Mães Espirituais (Larry Kreider, Ministério Igreja em Células) cita o seguinte: “Toda a humanidade está clamando por relacionamentos autênticos, tanto na igreja como no mundo. Uma empresa americana, Brain Reserve, de Nova Iorque, especializada em pesquisar tendências de mercado e fazer previsões, está constatando o sentimento e desejo do homem de ser ancorado pela sociedade (em um sentido figurado, que significa proteção, amparo, arrimo, abrigo, algo que nos dê segurança, esperança). As pessoas estão com medo – violência, avanços tecnológicos, falta de privacidade, pornografia a um clique do mouse, crimes sem sentido. Tudo isso torna a sociedade faminta e desesperada por orientação e autoridade moral. As pessoas estão em busca de direção, estão procurando por respostas espirituais como nunca antes. Elas querem relacionamentos verdadeiros em que possam se sentir conectadas e seguras”.
O autor também nos alerta: “Com freqüência, na igreja de hoje, o crente é encorajado a participar de cultos, estudos bíblicos, organizações paraeclesiásticas ou ministérios evangelísticos para fortalecer a sua fé e crescer no Senhor. A teoria diz que quanto mais ensino da palavra de Deus e interação entre os crentes tanto mais espiritualmente madura a pessoa vai se tornar. Embora o envolvimento seja importante, essa pressuposição enganosa leva a pessoa a inalar mensagem após mensagem, livro após livro, fita após fita, seminário após seminário para preencher o vazio que só pode ser preenchido pelo verdadeiro relacionamento. Um crente se torna um obeso espiritual e fracassa em interpretar o que está aprendendo e o que pode passar adiante para outros. Ele não sabe como transmitir sua vida de maneira significativa e sacrificial para outros porque nunca foi acompanhado adequadamente por um pai espiritual. Sem um modelo, ele permanece um filhinho espiritual, precisando ser alimentado com colheradas pelo seu pastor ou por outro obreiro cristão.”

Órfãos Espirituais

Assim como pessoas podem ser órfãs de pais físicos, a igreja está repleta de órfãos espirituais. São pessoas sem qualquer tipo de herança espiritual ou emocional. Aceitaram a Jesus, mas não foram alimentadas em sua fé. Não foram encorajadas nem exortadas com princípios bíblicos saudáveis por alguém mais maduro, que poderia ajudá-las a crescer no Senhor. Esses cristãos, pelo fato de não estarem ancorados a ninguém e não conviverem em um ambiente de paternidade saudável, param de crescer emocional e espiritualmente, independente do tempo de conversão que possam ter. Pelo fato de estarem lutando sozinhas, é comum ver essas pessoas centralizadas em si mesmas, desenvolvendo um sentimento de autopiedade e reclamando quando as coisas não acontecem do jeito que queriam.
Assim como acontece em uma família natural, o pai espiritual proporciona segurança e um lugar de descanso para seus filhos. Confiando nessa proteção, os filhos não se sentem perdidos em uma infinidade de diretrizes espirituais lançadas aos seus ouvidos, ficando sem saber por qual caminho seguir (basta entrar em uma livraria evangélica e perceber a grande quantidade de livros, completamente diferentes entre si, mas todos com objetivo de trazer uma direção atual de Deus para nossas vidas e para a igreja em geral).
Por outro lado, essa lacuna de confiança e segurança tem sido causada pela má atuação de muitos pais, que abusam da autoridade (para melhor compreensão desse fenômeno, recomendo a leitura do livro A Pedagogia dos Oprimidos, o mais conhecido de Paulo Freire), gerando uma idéia deturpada do que é paternidade, causando até mesmo uma aversão ao processo. A compreensão inadequada do que é paternidade também é fortalecida pela figura dos pais ausentes, abordada em outros artigos desta revista.
Mas paralelo a esses modelos não saudáveis no mundo, o povo de Deus, a igreja de Jesus Cristo, deve servir como exemplo em relação ao plano de Deus para a família. A igreja, compreendendo sua missão influenciadora para a sociedade, pode levar a cura e livrar a humanidade das maldições (Ml 4.6). Como igreja, podemos proporcionar uma reeducação em relação à paternidade, através de um relacionamento cuja iniciativa parta de alguém espiritualmente maduro que realmente se importe com as pessoas e lhes sirva de exemplo. Deus quer levantar homens e mulheres com coração de pais e mães espirituais para mentorear jovens, transmitindo amor, cuidado e sabedoria. Famílias fortes vão se importar com famílias desestruturadas, levando força e combatendo o sentimento assombroso de “solidão”.
Contudo, só participaremos desse revolucionário processo transformador e curador para a sociedade quando deixarmos de olhar para nós mesmos com uma ótica religiosa e egoísta, que nos leva a crer que precisamos ser mais abençoados, ter mais saúde, mais dinheiro, mais proteção, mais, mais, mais, e que somos tão pobrezinhos espiritualmente que ainda não temos nada para contribuir. Quem sabe daqui a alguns anos...

Um Desafio

Cada cristão, individualmente, precisa ter ousadia e coragem para abrir as portas de sua casa para os solitários (Sl 68.6). A paternidade espiritual se desenvolve em um ambiente de encontro familiar e não de reunião ou culto semanal. Não podemos abrir mão da bênção dos relacionamentos honestos e transparentes em função de uma reunião solene e (aparentemente) mais bonita. O que você acha que aconteceria se mais cristãos se colocassem à disposição para fazer parte de um relacionamento de paternidade e maternidade espirituais?
Para que os jovens cresçam espiritualmente e não abandonem o barco, temos que fazer mais do que passar tempo com eles e simplesmente estudar a Bíblia. O pai espiritual ajuda o seu filho espiritual a alcançar seu potencial dado por Deus. Tem a ver também com “como posso ajudá-lo?” em vez de “o que devo ensinar-lhe?” Os pais dão aos filhos um sentimento de importância. Uma pessoa que se sente um Zé Ninguém vai contribuir pouco para a vida.
Aí vem a pergunta: se eu não tive um pai espiritual, como poderia ser pai de uma outra pessoa? A igreja está sendo restaurada. Muitas coisas estão fora do lugar. Seja como um Gideão – não fique olhando para sua covardia e fraquezas e dependa do Senhor. Doe-se como pai espiritual de alguém: invista seu tempo, dinheiro, suas emoções, como deve ser feito com filhos naturais. E Deus, que é fiel, também levantará alguém sobre sua vida. Não seria maravilhoso se alguém olhasse para você, visse o seu potencial em Cristo e decidisse investir em sua vida?

FONTE:
www.revistaimpacto.com.br

quinta-feira, agosto 03, 2006

Podemos fazer parte do Propósito Eterno de Deus

Romanos 8:28 e 29 diz:

"Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito. Porquanto aos que antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos."

Efésios 1:3-14 diz:

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza de sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda sabedoria e prudência, desvendando-nos o minstério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua Glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória."


Vemos nestes dois textos que Deus tem um plano, um propósito.
Quando Deus fez o homem, ele os fez à imagem e semelhança Dele mesmo.
Se o homem não tivesse pecado, essa família iria aumentar e crescer à imagem de Deus Pai.
O Pecado entrou e o Pai, na plenitude dos tempo, envia a Jesus para restaurar o plano de Deus. Qual era o plano de Deus? O plano de Deus era construir uma família de muitos filhos à imagem e semelhança Dele mesmo. Agora, em Cristo o plano do Pai é restaurado! O plano de ter uma família de muitos filhos é agora restaurado em Cristo Jesus. Agora o Pai está construindo novamente uma família de muitos filhos, semelhantes a Jesus, para a Sua Glória.
Esta é a vontade de Deus: Que façamos parte dessa grande família de muitos filhos, semelhantes a Jesus (Rm 8:29), para a Sua Glória!