quarta-feira, abril 18, 2007

O coração de um Pai e Mãe Espiritual

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.(Is 49.15-16)

Benito Lopez

1. Introdução

Deus está formando um povo, Sua família. Seu coração e mente infinitos estão envolvidos neste propósito. E fomos chamados para sermos seus cooperadores neste plano eterno. Que privilégio incomparável.
O Espírito Santo quer dar-nos revelação da grandiosidade deste serviço. Não há maior obra que alguém possa querer realizar nesta terra do que a obra de fazer discípulos.Que mantenhamos nossos corações ardendo e nossas vidas totalmente dedicadas ao nosso chamado: conduzir vidas a Cristo e trabalhar para edificá-las à Sua semelhança.

2. O Coração de um Pai e Mãe Espiritual

“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.”(Is 49.15-16)

Esta é uma das mais belas declarações que expressam o sentimento de Deus por nós. É o relacionamento e cuidado de Pai que Ele tem para conosco. Que bendita confiança temos.
Este também deve ser o sentimento que deve encher o coração de alguém que cuida de um discípulo.
Deus colocou sob nosso cuidado a vida de um de seus filhos.

Este era o sentimento de Paulo pelos discípulos.
“meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;” (Gl 4.19);

“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo.” (2Co 11.2);

“ Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?” (2Co 11.28-29);

“Gostaria, pois, que soubésseis quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me viram face a face;” (Cl 2.1);

“o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo;” (Cl 1.28)

“Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; ......advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.” (Cl 1.24-29)

Paulo era intensamente zeloso e amoroso com seus discípulos. Expressava o sentimento de um verdadeiro pai. Se afadigava ao máximo em favor deles, muitas vezes com sofrimento e dor.
Um líder ou discipulador não é um simples professor ou gerente que apenas busca resultados e lucros. É um pai que ama, se dá, sofre, suporta, é paciente, esquece e não se ressente do mal.
Que todos os relacionamentos na igreja sejam revestidos deste sentimento de puro e genuíno amor sacrifical.

3. Proteger e Guardar os Discípulos
Jo 17.6,9,11,12

Jesus é nosso modelo. Modelo de discipulador também. Em sua oração ao Pai, ele derrama o seu coração e revela o seu sentimento para com os seus discípulos.

“Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra.” (Jo 17.6)

“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;” (Jo 17.9)

“Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.” (Jo 17.11-12)
A ligação de Jesus com seus discípulos não era um simples encargo ou trabalho. Era um laço forte e profundo. Eles faziam parte de sua vida. Eram como seus filhos. Jesus declarou ao Pai: “Eram teus, e Tu mos confiaste”; “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu.” Que palavras fortes: guardava e protegia. Se Ele fez menção destes fatos em sua oração, é porque esta havia sido uma preocupação sua durante a vida: “que não se perca nenhum dos que o Pai me deu”. Jesus tinha um sentimento de intenso amor e cuidado por seus discípulos.

Este tem que ser também nosso sentimento e postura para com nossos discípulos. Guardá-los e protegê-los em nome de Jesus. De forma que não percamos nenhum daqueles que o Pai nos deu.
É uma incoerência nos esforçarmos muito para ganhar uma vida para depois a perdermos com facilidade. O esforço para não perder tem que ser no mínimo igual ao que fazemos para ganhar. Às vezes, um discípulo nos dá tanto trabalho, que aceitamos com facilidade que ele se vá e se perca, provavelmente eternamente.

No capítulo 15 de Lucas, estão registradas três parábolas de Jesus a respeito deste assunto, aonde podemos conhecer, mais uma vez, o sentimento de Jesus para com os que se perdem:
- A Parábola da Ovelha Perdida- A Parábola da Dracma Perdida- A Parábola do Filho Pródigo
Cada uma destas parábolas ilustra uma situação diferente de perda. Na primeira, encontramos uma perda que se deu, provavelmente, pela fraqueza, debilidade ou fragilidade da própria ovelha. Na segunda, encontramos uma perda causada por deficiência ou descuido do responsável pela dracma, pois a dracma não se pode perder sozinha. Na terceira, vemos um caso de rebeldia e abandono deliberado por parte do filho mais moço.

Nas duas primeiras, a ação de quem cuida foi a de ir atrás da perdida. Procurar, buscar com zelo até encontrar. Na terceira parábola o pai ficou esperando. Porém nas três situações o sentimento era de perda, amor e desejo intenso de encontrar de volta.

Primeiramente, necessitamos fazer todos os esforços para evitar que alguém se perca. Se algum discípulo não está bem, busque ajudá-lo. Se você não conseguir, procure ajuda. Não espere que ele caia e se afaste.

Se porém alguém chegar a se afastar, vamos fazer todos os esforços para trazê-lo de volta. Vamos até ele, vamos ouvi-lo, vamos amá-lo, vamos lavar-lhe os pés. Só voltamos depois de encontrá-lo. Entretanto, se ao buscar uma ovelhinha, quando a encontramos recebemos uma chifrada, é sinal de que não é ovelha; é bode. Neste caso, não podemos trazê-lo, apenas ficamos na expectativa de que a pessoa se arrependa e retorne ao Senhor.
ESQUADRÃO RESGATE. Podemos também efetuar ações especiais de ir em busca daqueles que já se afastaram há algum tempo (encontros, visitas, etc.). Ir atrás de muitos que desanimaram, se esfriaram ou que não entenderam o evangelho e que podem chegar a ter uma verdadeira experiência com Deus.

4. Os 2 “Ps” – Paternidade e Padrão

Existem dois aspectos que o discipulador deve manter elevados:
- Uma postura de PATERNIDADE elevada pelo discípulo- Uma busca de um PADRÃO elevado de caráter e vida para o discípulo

São os dois “Ps”: Paternidade e Padrão. Se o discipulador deixar enfraquecer algum dos dois aspectos, não poderá ser um bom discipulador.

Se ele tiver o sentimento de Paternidade elevado e o Padrão baixo, será “frouxo” e permissivo com o discípulo, não formando-o corretamente.

Se ele tiver uma postura cobradora do Padrão elevado e uma Paternidade baixa, será impacientemente rigoroso com o discípulo, tendendo a um relacionamento de cobrança e não de socorro e ajuda amorosa.

O verdadeiro e completo discipulador é aquele que zela pelos dois “Ps”, e os mantém elevados: Padrão e Paternidade.
Que o Senhor nos abençoe para que os relacionamentos de discipulado sejam vínculos aonde flua graça abundante da parte de Deus para os discípulos.


FONTE: www.fazendodiscipulos.com.br